16/06/2010

A devorante


Disse-lhe que não se preocupasse, que seria o melhor homem que tivera, o mais bravo dentre todos os guerreiros que já a amaram. Ela o esnobava e ria-se a seus esforços, como se ninguém superasse o contendido passado. Até o dia que lhe veio à porta com sangue manchando a face de lobo. Ela se entregou ali mesmo no batente do último degrau branco enquanto se embriagava com o cheiro pútrido e o sanguino gosto dos corações devorados de seus antigos amantes.

3 comentários:

Laís Romero disse...

Muito bom conto. Denso, tenso e com gosto metálico.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Alan Poe, Hawthorne e outros mais do estilo agradecem... rascante... chega a doer dentro... :)

Pólen Radioativo disse...

Devorador mesmo. Valeu!